A Urgência de Educar Um Novo Consumidor de Midia

O artigo da Folha de São Paulo, Déficit educacional deixa eleitor brasileiro mais vulnerável às fake news, nos coloca frente ao drama da democracia manipulada pela midia. No Brasil, sabemos que o fosso educacional é grande entre  as pessoas com chance de analisar informação e aqueles com chance de serem manipulados por ela. A mesma preocupação foi demonstrada por Alan November, guru da educação para o século 21, com relação aos eleitores americanos. Se para eles isso é um problema que demanda urgência na educação para o novo consumidor de midia, imagine então para nós brasileiros.

Durante a mesa redonda de encerramento da Conferência Innovate 2017, Alan November foi muito enfático ao justificar a urgência de mudanças na educação, mencionando uma entrevista com Rahaf Harfoush (membro da campanha presidencial de Barak Obama). Para Alan, como a mídia social começou a ter um papel crucial nas campanhas políticas, novas habilidades em democracia devem envolver “alfabetização” em mídia social e informação. Você pode ouvir a entrevista completa no link Alan November – Uma Entrevista com Rahaf Harfoush Parte 1 & Parte 2.

Na entrevista do podcast, Rahaf fala sobre a necessidade de ensinar os alunos a serem consumidores ativos de informação. Essa ideia está relacionada a uma mudança no controle, em que o professor não fornece mais informações, mas orienta os alunos a se tornarem consumidores ativos de informações. Alan November cita a educação de sucesso em Cingapura, onde foi desenvolvida a iniciativa Ensinar Menos, Aprender Mais. Você pode aprender mais sobre a experiência de Cingapura neste vídeo da Edutopia: Estratégias de ensino do século 21 em Cingapura.

Estas são as competências para o novo consumidor de midia:

  • Ser capaz de utilizar um conjunto mais amplo de fontes: em vez de utilizar como fontes de pesquisa sómente aquelas  que reproduzem sua própria versão da verdade, ser motivado por uma “profunda curiosidade”, aprendendo como fazer pesquisa em fontes impressas e on-line, incluindo, por exemplo, análises de notícias diferentes , tweets, vídeos.
  • Se capaz de reconstruir e triangular informações: em vez de consumir um único ponto de vista, ser capaz de filtrar todas as diferentes fontes e mídias, criando sua própria perspectiva.
  • Ser capaz de questionar e verificar as fontes de informação: ser muito crítico com relação às fontes de informação, identificando credibilidade, preconceito etc.
  • Ser capaz de interagir com a informação: ser capaz de elaborar suas próprias idéias, sua própria análise, contribuindo com postagens em um blog ou comentários  em sites de notícias, por exemplo, ou retweetando e respondendo a tweets, criando conteúdo.

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